Por: Estevão Salomão
Como se não bastasse a gravidade da pandemia que assola o mundo em relação à saúde pública, o desequilíbrio governamental e, especialmente, o emocional contribuem para um declínio existencial sem precedentes.
No Brasil, os desdobramentos entre a realidade do coronavírus e manobras políticas convergem para discussões intermináveis nas redes sociais, sobretudo em relação a quem tem ou deixa de ter razão. A impressão que tenho é que, muitas vezes, o que está em jogo é a mera vaidade daqueles que estimulam o conflito.
A rixa entre partidos políticos tornou-se a nova arena da discórdia – que tanto assombra o passado da humanidade. Seja por motivos religiosos ou governamentais, a história da civilização sempre esteve ligada a guerra. A qual, inclusive, cria um território fértil sobre o ego e a inconsciência – tão benéficos à alienação.
Não se trata, porém, de ignorar os acontecimentos à nossa volta, mas sim contribuir de maneira positiva aos fatos.
Abastecermo-nos com conteúdos e literaturas de referência, exercitar nosso autoconhecimento e evitar discursos de ofensa já é um bom começo! Em tempos de estardalhaço, silêncio não significa omissão e compactuação com o que quer que seja! Ao contrário, quando bem aplicado sugere-se preparo, consciência e altruísmo.
Apontar que culpa é de quem votou em fulano ou ciclano não resolverá o problema. Servirá apenas para alimentar o próprio ego e inflar, exatamente, as atitudes que são condenadas; uma vez que a atenção na algazarra, no conceito de “certo x errado”, servem, essencialmente, para tirarem ainda mais o foco e o controle das mais variadas situações públicas, sociais e governamentais.
Que as críticas insustentáveis deem espaço às construtivas, às que promovem, literalmente, a construção de um novo modo de pensar e agir. Pois, enquanto a alienação for soberana, a sociedade estará em declínio.